quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

FELIZ ANO NOVO !!!!!!!!!

 

Para você ganhar um belíssimo Ano Novo...

Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependimento pelas besteiras consumadas...

É necessário que vc faça da vida um canteirode oportunidades para vc ser feliz...

E, quando você errar o caminho, recomece.

Pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita.

Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.

Usar as perdas para refinar a paciência.

Usar as falhas para lapidar o prazer.

Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

Jamais desista de si mesmo.

Jamais desista das pessoas que você ama.

Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um obstáculo imperdível,
ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.

Para ganhar um ano-novo que mereça este nome, você, meu caro,
tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo!

Eu sei que não é fácil mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O NATAL NA UMBANDA


Estamos em Dezembro, um mês mágico que altera o estado de espírito das pessoas, principalmente dos umbandistas, que já comemoraram Yemanjá, Yansã e Oxum no começo dele.
Ainda temos o dia 25, quando a cristandade comemora o nascimento do Mestre Jesus no mundo todo e temos o dia 31, quando todos comemoram a passagem do ano com uma explosão de alegria e votos de que o ano que começará seja de paz, saúde e prosperidade.
Para os umbandistas a comemoração do natal cristão é algo natural, até porque a maioria dos seus seguidores e médiuns praticantes veio da religião cristã. Inclusive, muitos umbandistas seguem uma corrente doutrinária denominada Umbanda Cristã, muito parecida com o Espiritismo Kardecista.
Na maioria dos seus centros os umbandistas colocam em seus altares a imagem do Mestre Jesus no seu degrau mais alto, prestando-lhe uma reverencia e adoração sublime devido seu sincretismo com o Orixá Oxalá, o maior dos orixás cultuados na Umbanda.
Esse respeito e reverencia ao Mestre Jesus enobrece ainda mais a umbanda, a mais tolerante das religiões existentes no Brasil, já que ela acolhe em seus centros os seguidores de todas as outras com amar e respeito, sem constrangê-los com perguntas sobre a religião que seguem e sim, os auxiliam onde elas não podem ou seus sacerdotes não sabem como lidar: a Mediunidade e os problemas espirituais de fundo karmático!
Nesse ponto a Umbanda é única entre as religiões!
Seus dirigentes e médiuns, assim como todos os Guias Espirituais, acolhem os seguidores de outras religiões como irmãos e os auxiliam como podem e da melhor forma possível, livrando-os de suas perturbações de fundo espiritual, auxiliando-os na cura de suas doenças, auxiliando-os a conseguirem um emprego, quebrando demandas das quais são vitimas, etc.
E isso sem perguntar-lhes quais as suas religiões, sem atribuir às suas crenças religiosas a causa de suas dificuldades e nem os obrigando a se converterem para que, aí sim, sejam ajudados pelos sagrados Orixás e pelos Guias Espirituais de Umbanda.
Não vemos isso acontecer nas outras religiões, onde o usual, assim que sabem a religião de quem adentra em seus templos é ir alertando-os ou acusando-os de seguirem uma religião errada, ou pagã, ou do diabo, etc. Nesse aspecto a Umbanda é única e insuperável porque todos os umbandistas acreditam que Deus é único, esta presente na vida de todos e em todas as religiões, não importando a forma que usam para cultuá-lo e adorá-lo. Inclusive, é comum aos seguidores das outras religiões regirem com palavras ofensivas à nossa religião e à nossa pessoa assim que ficam sabendo que seguimos a religião Umbanda, dando a entender que só eles cultuam e adoram Deus.
Essa postura intolerante por parte da maioria dos seguidores de outras religiões para conosco, os umbandistas, provavelmente é uma decepção para o mestre Jesus, que não fundou nenhuma religião e não pregou a intolerância, mas vê entre os seus seguidores uma reação não fraterna aos seus irmãos em Deus que professam outras crenças religiosas.
Os umbandistas seguem a Umbanda, mas respeitam todas as outras religiões e a crença dos seus seguidores e não temem entrar em suas igrejas porque nesse quesito estão anos-luz à frente dos demais, já que sabe que só há um Deus, criador de tudo e de todos e existem suas divindades, espalhadas entre as muitas religiões existentes na face da terra, com Jesus Cristo incluído entre elas e ao qual respeitam e amam.
No dia em que todas as religiões e todos os seus seguidores pensarem e agirem como prega a Umbanda e os umbandistas nesse mundo haverá mais fraternidade verdadeira e menos miséria, doenças, crimes, racismo e intolerância.
Mas isso talvez seja esperar demais dessa humanidade pecadora que discrimina seus semelhantes só porque seguem uma religião diferente, ainda que todos saibam que só há um Deus e que todos somos seus filhos... que todos somos irmãos perante Ele, o nosso Divino Criador!
Por ser como são e por amarem e respeitarem o Mestre Jesus os umbandistas comemoram o Natal e lhe rendem merecida homenagem, pois, pelo menos nessa data cristã os cristãos de fato se mostram mais fraternos e tolerantes.
Nesse natal, que o amado mestre Jesus abençoe a todos!
Feliz Natal Umbandistas!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

PRETO-VELHO” – “A ENTIDADE MAIS CARISMÁTICA DA UMBANDA


Com certeza a mais carismática entidade que povoa os terreiros de Umbanda. A mística do Preto Velho é fruto de condições e circunstâncias únicas em terras brasileiras.
A sofrida vida dos escravos, trazidos da África, já bastante documentada e comentada, fazia com que os indivíduos, em função do penoso e extenuante trabalho a que eram submetidos, somado aos maus tratos, vivessem, em média, somente sete anos após sua chegada ao Brasil.
As mudanças no panorama econômico brasileiro, como a decadência do ciclo da cana-de-açúcar e a redução da atividade mineradora, fizeram com que uma grande leva de escravos migrados, para os centros urbanos, pudesse levar uma vida mais amena e conseguisse ter uma expectativa de vida mais longa.
Mesmo assim as condições de salubridade, nesta época, não favoreciam a longevidade.
Então surge a figura daquele escravo que, apesar das suas condições de vida, alcança idade avançada, personificando o patriarca da raça, cuja sapiência parece lhe ser conferida pelos cabelos brancos.
Nas sociedades tradicionais, a figura do idoso é um símbolo da experiência de vida e um pilar da cultura do grupo a que pertence; aquele que deve ser ouvido e cujos conselhos devem ser seguidos.
Vemos, portanto, o aparecimento de uma entidade cuja linha de trabalho é marcada pela tolerância, rústica simplicidade e um profundo sentimento de caridade. Só quem sofreu na carne as desventuras da vida, pode entender ou se aproximar da compreensão do sofrimento alheio, porque é possível responder a toda violência sofrida, com amor, sem nenhum sentimento revanchista ou de vingança.
Característica típica da raça africana é o apego à vida, alegria que se manifesta em musicalidade e uma sabedoria ancestral quase biológica, que transparece na religião.
A forma como se apresenta nos terreiros de Umbanda, através dos médiuns, é como uma pessoa muito idosa, curvada pelos anos. Às vezes apoiado em uma bengala, com uma voz meiga, algo paternal que atrai a confiança e simpatia de quem ouve.
Com movimentos lentos, típicos de um ancião, geralmente senta-se em um pequeno banquinho ou num pedaço de tronco, fumando seu cachimbo de barro ou um cigarro de palha, queimando seu fumo de rolo.
Gosta de beber desde a cachaça branquinha até o vinho tinto bem forte ou um café amargo. Mas uma de suas bebidas favoritas é a polpa do coco verde, triturada no pilão e misturada com um pouco de pinga.
As histórias que ouvimos a respeito dos Pretos Velhos, são bastante variadas e pitorescas.
Dizem que em vida, foram grandes sacerdotes do culto dos Orixás; que viveram muitos anos devido a seus conhecimentos mágicos, alcançaram a sabedoria e usam estes conhecimentos misturados a um pouco de bruxaria, para os trabalhos de cura e descarrego.
Porém, algumas histórias nos dizem que eles foram homens comuns, que alcançaram a redenção espiritual através dos suplícios do cativeiro. A sua tolerância ao martírio, sem manifestar revolta ou ódio pelos seus algozes e o profundo amor indiscriminado pela humanidade, os ascendeu a um patamar de mestres espirituais.
Outros nos contam que, em vida terrena, os Pretos Velhos eram homens predestinados, encarnados para assegurar um lenitivo ao sofrimento dos escravos, e que, por sua bondade e sabedoria, cativaram a amizade até dos senhores brancos, a quem também acudia com conselhos e curas. Daí a sua relativa liberdade para atender, com suas curas, ao povo pobre e sua misteriosa longevidade que lhe proporcionava a fama de sábio e feiticeiro por viver muito mais que a maioria dos escravos comuns.
A idade avançada de um escravo, já era por si própria, digna de notoriedade, por fugir, muito, da realidade do cativeiro. Por isso, aquele elemento devia ter alguma coisa diferente.
Preto Velho também gosta de beber, em seu coité, uma mistura de folhas de saião, trituradas com mel e cachaça.
Um dos pratos típicos servido nas festas ou como oferenda ao Preto Velho, e o mais brasileiro de todos, é feijoada. Comida nascida no Brasil é o resultado de circunstâncias e do gênio da raça negra.
O feijão preto era o mais básico e barato alimento na senzala. Plantado, colhido e preparado pelos escravos, na própria fazenda em que trabalhavam, era, às vezes, enriquecido pelas sobras de carne da cozinha da casa grande (geralmente porco). As partes que o senhor branco não comia, como os pés, a orelha, a garganta, o rabo, o focinho, etc., iam direto para o tacho coletivo e assim nascia a feijoada.
A falange dos Pretos Velhos guarda sinais particulares e individuais da origem dos elementos que a compõem. Antigos escravos, estes ainda conservam certas designações que denunciam de qual nação ou tribo africana eram oriundos. Assim encontramos Pai Tião D’Angola, Vovó Maria Conga, Vovô Cambinda, Pai Joaquim de Aruanda, Pai Zeca da Candonga, todos com uma característica comum: a bondade e a doçura com que tratam os fiéis que os consultam, procurando um alívio para suas aflições.
Grandes conhecedores de magia, dos feitiços de Exú e das propriedades curativas das ervas, os Pretos Velhos usam também a fumaça de seus cachimbos, como os pagés e caboclos, para dissolver as cargas e energias negativas que envolvem as pessoas.
Trabalham com passes magnetizantes e indicam banhos de ervas para seus consulentes.
Porém uma de suas características mais marcantes é sua força psicológica. Sustentada pelo conhecimento espiritual, esta entidade surpreende e encanta.
Ensinando, com seu exemplo, a resignação aos golpes kármicos do destino.
Conhecido como o psicólogo dos pobres, o Preto Velho, embasado em sua rica experiência de vida e transpirando a sabedoria da idade, sabe, como ninguém, ouvir e entender os problemas de seus fiéis.
O grande segredo desta virtude está no perdão aos sofrimentos recebidos. Perdão este, sem discurso demagógico, que vem de um sentimento puro de desapego e humildade. Humildade. Talvez seja esta a palavra chave do carisma do Preto Velho.
A linha dos Pretos Velhos está dentro da “falange das almas”. Seres desencarnados que alcançaram uma luz espiritual e retornam, através dos médiuns, ao plano terreno, numa missão de caridade, como que resgatando uma dívida espiritual, ajudando os necessitados, tanto na parte física, com passes magnéticos, defumações e indicando ervas curativas, como na psicológica, com conselhos e amparo afetivo, praticando a bondade incondicional que lhes é inerente.
Estas entidades, dizem alguns, compõem uma linha ligada ao Orixá Omolú, voltada para a cura e lenitivo nas aflições dos pobres.
As contas pretas e brancas que formam a sua guia, denunciam uma similaridade de natureza com este Orixá – Omulú/Obaluaiê – ligado à terra e às doenças, dela provenientes, além do semelhante histórico de sofrimentos vividos.
Estes guias, normalmente, incorporam em seus médiuns, atendendo ao chamamento dos pontos cantados em sua homenagem, nos terreiros, mas podem também “baixar” pelo magnetismo de uma oração ou de uma concentração mental dos fiéis.
Dependendo da pureza ou da mestiçagem dos rituais de um centro espírita, podem ser usados atabaques, com seu toque característico da Umbanda, ou apenas cantos marcados pelo bater de palmas, como verificamos nos terreiros mais tradicionais que ainda conservam a liturgia simples e despojada dos primeiros terreiros de Umbanda.
A sua maneira característica de incorporação, com o dorso curvado, de andar lento e inseguro, procurando apoio numa bengala, indicam, instantaneamente, a natureza da entidade. Porém dizem alguns estudiosos que este comportamento é apenas uma faceta cultural, pois estas entidades, já não tendo o corpo material próprio, não poderiam se movimentar aparentando limitações físicas, que na maioria das vezes nem sequer são oriundas dos médiuns.
O seu discurso nas preleções e conselhos transpiram uma mensagem cristã de perdão e compaixão, evidenciando a influência dessa religião com as citações sobre Jesus e os santos católicos.
Uma perfeita mistura da moral cristã, com os costumes africanos e o conhecimento da medicina natural, com práticas de pajelança.
As guias usadas nos terreiros vêm da direta influência africana, porém, uma das guias preferidas pelos Pretos Velhos, é formada pelas contas de uma semente vegetal que varia do branco leitoso ao negro. Conhecida, popularmente, como lágrimas de Nossa Senhora, são extraídas de uma planta da família das gramíneas, entrelaçadas com dentes de porco selvagem, à moda indígena, crucifixos e outros fetiches africanos, como a figa de guiné, revelando a miscigenação cultural / religiosa brasileira.
Por pertencer à falange de entidades desencarnadas ou “linha das almas”, os Pretos Velhos sofrem uma discriminação nos terreiros afro-brasileiros mais tradicionais de Candomblé. Porém, apesar de não figurarem no rol exclusivista dos Orixás africanos, os Pretos Velhos mantêm certo prestígio, não oficial, nos corações das pessoas que pertencem a cultos mais puristas.
Não raro vemos membros de Candomblés, muito exclusivistas, se renderem à docilidade e ao carisma desta entidade.
Talvez, devido aos laços culturais e étnicos que não podem negar e, também, por uma série de misteriosas histórias ouvidas, de que muitas dessas entidades foram, em vida, iniciados no culto dos Orixás. Muitos morreram sem ter quem lhes fizessem os ritos funerais que os separaria dos seus Orixás que foram assentados em suas cabeças e, portanto, estão indissoluvelmente ligados, no plano astral, ao ambiente mágico dos ancestrais de uma nação.
Devido ao seu modo peculiar de falar, com erros de gramática e concordância e com expressões roceiras, que demonstra a falta de instrução formal, os Pretos Velhos são menosprezados por alguns, como espíritos atrasados e de pouca luz. Porém seus defensores argumentam que a exatidão do português e o lirismo das palavras não indicam a elevação espiritual de ninguém. Sustentam que grandes vultos da história da humanidade, que possuíam uma retórica exemplar e uma personalidade magnética, foram grandes genocidas, como Hitler e tantos outros e que, se pudessem dirigir alguma mensagem mediúnica poderiam parecer espíritos bastante iluminados.
A qualidade da mensagem espiritual está no conteúdo, na compaixão que transparece nos atos e não na forma mecânica de sua construção.
Estas entidades, verdadeiros psicólogos, que falam a língua dos pobres e lhes tocam o coração, são grandes curadores no plano físico e espiritual, usando seu conhecimento fototerápico com defumações e banhos de limpeza astral, são mais eficientes em sua caridade do que os discursos filosóficos de uma intelectualidade distante da realidade.
Quando falamos dessa grande falange, referimo-nos também às entidades do gênero feminino, que povoam os terreiros com sua graça e candura. As Pretas Velhas, Vovó Maria Conga, Mãe Selma da Caconde, Tia Anastácia Cambinda, Mãe Rosa da Bahia e muitas outras.
A mesma história, vivida pelo gênero masculino, encontramos também entre estas entidades que passaram pelas mesmas agruras e conservaram em seu íntimo a bondade e o perdão.
As manifestações das Pretas Velhas seguem características semelhantes às dos Pretos Velhos.
O seu modo de incorporação, com uma postura curvada, o andar dificultoso e o gosto pelo cachimbo de barro com fumo de rolo.
Assim as Pretas Velhas, da Umbanda, são um referência de resignação e desprendimento, erradicando os sentimentos de raiva e ressentimento que poderiam advir das humilhações e torturas sofridas pelo seu povo no passado.
A condição do negro, após a escravidão, não mudou muito. Apesar disso, a postura solidária e mansa dessas entidades, tem sido um baluarte na valorização da cultura afro-brasileira, superando a estigmatição social de inferioridade, como um exemplo da grandeza espiritual do povo africano, que, apesar das atrocidades sofridas, soube semear exemplos de amor e caridade, exemplificando com suas vidas, a força da religião que souberam preservar.
Carinhosamente, também chamados de pai preto, estes guias ensinam uma importante lição de humildade e resignação diante das adversidades da vida, sem perder a alegria e o bom humor. É comum ouvir, dos mesmos, observações jocosas a respeito dos problemas. Simplificando o que parecia complicado, dando esperanças para fortalecer psicologicamente seu consulente, porque sabe que se fraquejarmos na lida da vida, os problemas se tornam maiores e não suportamos o fardo.
A grande lição que ensinam estas entidades é que colhemos o que plantamos. E esta é uma grande oportunidade para rever os erros cometidos, tomar consciência da nossa responsabilidade por nós mesmos na busca da felicidade.
A característica interessante é a forma descompromissada desta prática espiritual com o formalismo e austeridade presente em outras religiões. O adágio popular de que os velhos se parecem com crianças, tem um profundo senso prático no trabalho dos Pretos Velhos.
A informalidade e humildade destas entidades fazem os fiéis se sentirem descontraídos, como se estivessem na presença de um membro da família ou um velho amigo mais sábio, que lhes atende e aconselha falando francamente, procurando ajudar a resolver seus problemas.
Uma antiga história contada nos terreiros de Umbanda, fala de um escravo, cativo em uma fazenda de cana-de-açúcar no Nordeste, que desde que chegara ao Brasil, parecia ser predestinado à uma missão espiritual.
Missão esta, diziam, lhe ter sido outorgada por Oxalá. Apesar da dura vida no cativeiro, nunca se revoltou com o destino.
Grande conhecedor das ervas curativas e das mirongas de sua terra natal, pois fora um sacerdote iniciado no culto dos Orixás, tratava dos outros escravos, minimizando seus sofrimentos. A fama de seu trabalho de caridade chegou até a casa grande e passou também a assistir aos senhores brancos, sem nenhum traço de ressentimento.
Passou a ser chamado carinhosamente, por todos, de Pai Preto e passou a vida divulgando a prática da bondade incondicional.
Quando já estava velho, com quase 90 anos de idade, sua história chegou aos ouvidos de padres missionários, que, zelosos de sua catequese, decidiram ser Pai Preto um feiticeiro pagão que deveria morrer para servir de exemplo a quem ousasse interferir nos ensinamentos da Santa Igreja Católica.
Foi então dada a ordem para a sua execução. Porém até os senhores de engenho, que também muito lhe deviam por suas curas, resolveram burlar a ordem e esconder Pai Preto em local seguro, onde pudesse continuar a lhes prestar serviços. Mas a obstinação e a consciência de sua missão fizeram Pai Preto prosseguir, sem medo. Este continuava a trabalhar, em seu corpo espiritual.
Então as autoridades religiosas enviaram outra ordem: o “feiticeiro” devia ser desenterrado e sua cabeça separada do corpo e enterrada bem longe para que seus feitiços cessassem.
Desta vez, temerosos com as possíveis conseqüências da desobediência, seus amos resolveram matá-lo e fugir de complicações.
Assim, beirando os noventa anos, este ancião deixa o plano físico e começa uma nova missão no plano astral. Através dos médiuns que lhes servem de veículo, continua o trabalho de caridade e ajuda nos terreiros de Umbanda.
Afirmam outros que o verdadeiro nome de Pai Preto era Jeremias e que hoje é saudado como Pai Jeremias do Cruzeiro.
Toda a liturgia aparentemente caótica, nas incorporações do Preto Velho, demonstram um quadro clássico da Umbanda. Os fiéis, ignorando o que seus olhos vêem, enxergam não o médium, mas um velhinho negro alquebrado pela idade e pela vida, usando às vezes um chapéu de palha, outras um pano enrolado na cabeça, com um galho de arruda pendurado atrás da orelha, apoiado numa bengala, fumando um cachimbo ou um charuto, rindo e bebendo no seu coité de casca de coco, até café amargo, bebida que muito aprecia, e, por vezes mastigando uma rapadura.
É quase um membro da família, aquele vovô sábio e bondoso que todos gostariam de ter.
É quando todas as barreiras caem e as pessoas entregam, aos seus ouvidos pacientes, suas histórias e mazelas, sem nenhum pudor de confessar fracassos ou desilusões. Por que não se sentem falando a um estranho, mas a alguém que parece conhecê-los desde o início de suas vidas.
Usa uma vestimenta simples e branca, típica dos praticantes da Umbanda, lembrando a pureza de sentimentos e o vínculo simbólico com Oxalá, Pai criador dos homens e seu enorme amor pela humanidade.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

COM O ESPÍRITO INCORPORADO

médium na Umbanda é chamado de cavalo porque o espírito toma seu mental e também o corpo, diferente do kardecismo que o espírito toma só o mental do médium.


        Sempre digo que o kardecismo é muito mais tolerante que a Umbanda. Na mesa um espírito incorpora, deixa uma linda mensagem de amor ou de advertência para os perigos mundanos sem a necessidade de dizer seu nome. Na umbanda ele tem que incorporar no ponto de chamada, com a tipicidade da linha (caboclo, preto-velho ou criança), cumprir todas as ordens da hierarquia do terreiro, riscar o seu ponto individual, beber, fumar e dar seu nome, correndo o risco de, se não cumprir tudo, ser chamada a sua atenção. Claro que tudo será feito com cautela e tempo de treinamento. Para chegar a isso, o médium passa uma dificuldade de saber o que fazer dentro do terreiro. Ele está incorporado com o orixá, sentindo toda sua energia, mas ainda falta muito para dar o passo certo como cavalo bem domado, chegando mesmo em alguns momentos achar que o espírito se afastou, fato explicado pelo impulso mental do médium. Nessa parte quero chamar a atenção de um fato de grande importância. Dificilmente um médium é sonâmbulo (ou inconsciente, como alguns dizem), sendo o mais comum o médium consciente, aquele que sabe o que está acontecendo mas não tem o controle das palavras e dos gestos. É o que chamamos de terceira energia. Vejam como funciona: existe uma fusão do espírito do médium com o espírito comunicante, criando-se uma terceira energia. Gosto de dar exemplos. O café e o leite, separados, são puros. Misturados criam uma terceira bebida, podendo ser mais preto ou mais branco, conforme a quantidade das bebidas. Mas sempre, a união de ambos, terá uma terceira qualidade. É impossível a comunicação pura do espírito. O importante é a presença do espírito, com maior ou menor intensidade. Voltando ao médium perdido no terreiro, o seu impulso inicial é procurar alguém para lhe dar um passe ou tocar em sua testa. Muitos dirigentes não gostam desse procedimento e inibem o espírito de fazer isso, o que é um erro porque, talvez até mais que o próprio dirigente, é o espírito quem quer o desenvolvimento de seu cavalo escolhido. Recomendo para minha hierarquia deixar que isso aconteça, sem exageros, é claro. Com o decorrer do tempo esse médium ganha um charuto, cachimbo ou cigarro de palha, conforme a entidade, e é quando ele começa a se acalmar, até procurar um lugar para sentar. Daí para riscar o ponto é bem mais rápido. Quero anotar aqui, para conhecimento dos médiuns em desenvolvimento, alguns erros que atrapalham bastante a evolução da mediunidade: 
  • não procurar, sob nenhuma hipótese, tentar adivinhar o nome do espírito; 
  • não querer riscar o ponto sem antes estar bem assentado com a entidade; 
  • não tentar dar avisos e recomendações a ninguém; 
  • não ter ciúmes do espírito e não pensar que ele é seu, porque espírito não tem dono

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O que é Pesadelo?

 

Pesadelos são sonhos assustadores que usualmente interrompem o sono subitamente por um medo intenso, ansiedade e sentimentos de perigo iminente. A pessoa tem lembrança imediata do contexto assustador do sonho e está completamente alerta logo após o despertar, com pouca confusão ou desorientação. O retorno ao sono, após o episódio, é retardado e não rápido como no terror no sono. Os pesadelos acontecem mais durante a segunda metade do período de sono. O sonho em geral é longo e o medo crescente. A longa narrativa permite diferenciar facilmente pesadelos de terror no sono.
Tipos de sonhos

Existem muitos tipos diferentes de sonhos. As pessoas vem estudando-os, tentando entendê-los e dividindo-os em grupos.
Sonhos criativos: Pessoas que tem sonhos criativos representam seus sonhos através da pintura ou mesmo através de livros.
Sonhos lúcidos: A pessoa está sonhando, sabe que está sonhando e conseguem controlar o que está acontecendo como se estivessem direcionando um filme. Essas pessoas conseguem se encontrar com outras pessoas pelo seus sonhos e depois quando acordam, descobrem que a pessoa com quem sonharam tiveram o mesmo sonho com as mesmas pessoas e as mesmas coisas.
Pesadelos: Sonhar com monstros, fantasmas significa que você está com medo de alguma coisa na vida real e que precisa ser confrontado. Se você sonhou que você está preso em algum lugar, isso significa que você está preso à uma situação na vida real.
Sonhos previsíveis: São sonhos em que a pessoa que está sonhando alega que certos eventos irá acontecer no futuro.
Sonhos repetitivos: Se você sonha com a mesma coisa mais de uma vez, isso quer dizer que alguma coisa está te preocupando na vida real.
Sonhos sensuais: Todos nós sonhamos sobre sexualidade, especialmente quando estamos passando pela fase da puberdade. É perfeitamente natural sonharmos com esse tipo de coisa em qualquer estágio de nossas vidas.
Símbolos em Sonhos
Existe diversos jeitos de entender os sonhos. A melhor maneira de entendê-los é seguir seu coração e sua intuição.
Apresentamos uma lista com os símbolos mais comuns que aparecem nos sonhos.

Árvores: São símbolos da vida e também podem significar família.
Voar: É um símbolo clássico. Pode vir em forma de pássaros ou aviões, mas todos eles querem dizer liberdade.
Números: São bastante significantes. Cada número tem um significado diferente.
Morte: Geralmente não é sobre alguém que está morrendo. Pode significar o fim de uma fase da sua vida ou o fim de alguma coisa que não é mais útil para você.
Jardins: Representam como você está se sentindo no momento. Se você sonhou com um jardim, tente lembrar dos detalhes, como se parecia e se tinha muitas flores.
Cruzamento: Quer dizer que você tem muitos caminhos diferentes para você escolher e tomar na sua vida. Preste atenção nas placas que você vê no seu sonho, isso poderá ajudar você a tomar uma decisão.
Nascimento: Literalmente pode significar a chegada de um
bebê mas também pode significar o começo de uma nova vida.
Prédios: Representam você mesmo. Se você tem sonhos com corredores e cômodos é porque você está tentando entender você mesmo.
Montanhas: Significam coisas que você mais
deseja em sua vida. Também podem siginificar obstáculos que devem ser superados.
Comida e bebida: Aparecem em sonhos quase que sempre, mesmo estando sem fome ou sem sede. Siginifica que você precisa de alguma coisa extra em sua vida.
Mapas: Pode nos mostrar qual é o caminho que devemos tomar e também pode significar viagem pela frente.

O QUE É O SONHO?

O que é o Sonho?
O sonho é uma experiência que possui significados distintos se for ampliado um debate que envolva religião, ciência e cultura. Para a Ciência, é uma experiência de imaginação do inconsciente durante nosso período de sono. Recentemente, descobriu-se que até os bebês no útero têm sono REM (movimentos rápidos dos olhos) e sonham, não se sabe com o quê. Em diversas tradições culturais e religiosas o sonho aparece revestido de poderes premonitórios ou até mesmo de uma expansão da consciência.
Sonho e Freud
Foi em 1900, com a publicação de A Interpretação dos Sonhos[1], que Sigmund Freud (1856-1939) deu um caráter científico à matéria. Naquele polêmico livro, Freud aproveita o que já havia sido publicado anteriormente e faz investidas completamente novas, definindo o conteúdo do sonho como “realização dos desejos”. Para o pai da psicanálise, no enredo onírico há o sentido manifesto (a fachada) e o sentido latente (o significado), este último realmente importante. A fachada seria um despiste do superego (o censor da psique, que escolhe o que se torna consciente ou não dos conteúdos inconscientes), enquanto o sentido latente, por meio da interpretação simbólica, revelaria o desejo do sonhador por trás dos aparentes absurdos da narrativa.
Sonho e Jung
O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), baseado na observação de seus pacientes e em experiências próprias, tornou mais abrangente o papel dos sonhos, que não seriam apenas reveladores de desejos ocultos, mas sim, uma ferramenta da psique que busca o equilíbrio por meio da compensação. Ou seja, alguém masculinizado pode sonhar com figuras femininas que tentam demonstrar ao sonhador a necessidade de uma mudança de atitude. Na busca pelo equilíbrio, personagens arquetípicas interagem nos sonhos em um conflito que buscam levar ao consciente conteúdos do inconsciente. Entre essas personagens, estão a anima (força feminina na psique dos homens), o animus (força masculina na psique das mulheres) e a sombra (força que se alimenta dos aspectos não aceitos de nossa personalidade). Esta última, nos sonhos, são os vilões. Um aspecto muito importante em se atentar nos sonhos, segundo a linha junguiana, é saber como o sonhador, o protagonista no sonho (que representa o ego) lida com as forças malignas (a sombra), para se averiguar como, na vida desperta, a pessoa lida com as adversidades, a autoridade e a oposição de idéias. Jung aponta os sonhos como forças naturais que auxiliam o ser humano no processo de individuação.
Ao contrário de Sigmund Freud, as situações absurdas dos sonhos, para Carl Gustav Jung, não seriam uma fachada, mas a forma própria do inconsciente de se expressar. Para o mestre suíço, há os sonhos comuns e os arquetípicos, revestidos de grande poder revelador para quem sonha. A interpretação de sonhos é uma ferramenta crucial para a psicologia analítica, desenvolvida por Jung.
Abordagem psicológica

Os sonhos seriam uma demonstração da realidade do inconsciente. Sendo estudados corretamente pode-se descrever, ou melhor, conhecer o momento psicológico do indivíduo. Fazendo uma analogia séria como uma “fotografia” do inconsciente. Por isso, o sonho sempre demonstra aspectos da vida emocional. Os sonhos têm uma linguagem própria. Pensemos no seguinte exemplo: Ao ver duas pessoas estrangeiras que falam um idioma que não é do nosso conhecimento, nunca diriamos que elas não sabem falar. Na verdade, o problema é que não conhecemos aquela língua (sua estrutura, sua gramática, etc). O mesmo acontece com os sonhos. Sua linguagem são os símbolos. Para entender seus variados conteúdos, temos que estudar os símbolos. Utilizando-se do conceito de “complexos” e do estudo dos sonhos e de desenhos, Carl Gustav Jung passou a se dedicar profundamente aos meios pelos quais se expressa o inconsciente. Em sua teoria, enquanto o inconsciente pessoal consiste fundamentalmente de material reprimido e de complexos, o inconsciente coletivo é composto fundamentalmente de uma tendência para sensibilizar-se com certas imagens, ou melhor, símbolos que constelam sentimentos profundos de apelo universal, os arquétipos.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

lenda de yemanjá

Yemanjá era a filha de Olokum, a deusa do mar. Em Ifé, ela tornou-se a esposa de Olofin-Odudua, com o qual teve dez filhos, estas crianças receberam nomes simbólicos e todos tornaram-se orixás. Um deles foi chamado de Oxumaré, o Arco-Íris, “aguele-que-se-desloca-com-a-chuva-e-revela-seus-segredos”. De tanto amamentar seus filhos, os seios de Yemanjá tornaram-se imensos.
       Cansada da sua estadia em Ifé, Yemanjá fugiu na direção do “entardecer-da-terra”, como os iorubas designam o Oeste, chegando a Abeokutá. Ao norte de Abeokutá, vivia Okerê, rei de Xaki. Yemanjá continuava muito bonita. Okerê desejou-a e propôs-lhe casamento. Yemanjá aceitou mas, impondo uma condição, disse-lhe: “Jamais você ridicularizará da imensidão dos meus seios.” Mas, um dia, ele bebeu vinho de palma em excesso. Voltou para casa bêbado e titubeante. Ele não sabia mais o que fazia. Ele não sabia mais o que dizia. Tropeçando em Yemanjá, esta chamou-o de bêbado e imprestável. Okerê, vexado, gritou: “Você, com seus seios compridos e balançantes! Você, com seus seios grandes e trêmulos!” Yemanjá, ofendida, fugiu em disparada.
       Certa vez, antes do seu primeiro casamento, Yemanjá recebera de sua mãe, Olokum, uma garrafa contendo uma poção mágica pois, dissera-lhe esta: “Nunca se sabe o que pode acontecer amanhã. Em caso de necessidade, quebre a garrafa, jogando-a no chão.” Em sua fuga, Yemanjá tropeçou e caiu, a garrafa quebrou-se e dela nasceu um rio. As águas tumultuadas deste rio levaram Yemanjá em direção ao oceano, residência de sua mãe Olokum. Okerê, contrariado, queria impedir a fuga de sua mulher.
Querendo barrar-lhe o caminho, ele transformou-se numa colina, chamada, ainda hoje, Okerê, e colocou-se no seu caminho, Yemanjá quis passar pela direita, Okerê deslocou-se para a direita, Yemanjá quis passar pela esquerda, Okerê deslocou-se para a esquerda. Yemanjá vendo assim bloqueado seu caminho para a casa materna, chamou Xangô, o mais poderoso dos seus filhos. Xangô veio com dignidade e seguro do seu poder, Ele pediu uma oferenda de um carneiro e quatro galos, um prato de “amalá”, preparado com farinha de inhame, e um prato de “gbeguiri”, feito com feijão e cebola e declarou que, no dia seguinte, Yemanjá encontraria por onde passar. Nesse dia, Xangô desfez todos os nós que prendiam as amarras da chuva, começaram a aparecer nuvens dos lados da manhã e da tarde do dia, começaram a aparecer nuvens da direita e da esquerda do dia e quando todas elas estavam reunidas, chegou Xangô com seu raio. Ouviu-se então: "Kakara rá rá rá" … Ele havia lançado seu raio sobre a colina Okere. Ela abriu-se em duas e, "suichchchch" … Yemanjá foi-se para o mar de sua mãe Olokum, aí ficou e recusa-se, desde então, a voltar em terra.

Crianças

 

São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que optaram por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade,incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda.

Em sua maioria,foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces.

Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também tem funções bem específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás.

Quando incorporadas em um médium, gostam de brincar, correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança.

É necessário muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras atrapalhem na mensagem a ser transmitida.

É comum emuma gira de criança, ver um médium "cambaleando" antes de incorporar inteiramente, isso se dá devido a "disputa" que estes espíritos travam para ver quem incorpora primeiro, bem típico desta linha.

Os "meninos" são em sua maioria mais bagunceiros, enquanto que as "meninas" são mais quietas e calminhas.

Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre comfome, etc…

Estas características, que as vezes nos passam desapercebido, são sempre formas que eles tem de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência.

Os pedidos feitos a uma criança incorporada normalmente é atendido de maneira bastante rápida.

Entretanto a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos também é.

Nunca prometa um presente a uma criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois a "brincadeira" (cobrança) que ela fará para lhe lembrar do prometido pode não ser tão "engraçada" assim.

São a alegria que contagia a Umbanda; são a pureza, a inocência e,por isso mesmo, os detentores da verdadeira magia, extremamente respeitados pelos Caboclos e pelos Pretos-Velhos.

Assim é a vida espiritual das crianças que desencarnaram e aguardam,sempre felizes, acompanhadas e protegidas, uma nova encarnação.

É claro que essas crianças, existindo dessa maneira, sentem-se profundamente entristecidas e constrangidas ao depararem-se com seus pais, amigos e parentes lamentando suas mortes físicas com gritos dedesespero e manifestações de pesar ruidosas que a nada conduzem.

O conhecimento da vida espiritual nos mostra que devemos nos controlare nos apresentar sempre tranqüilos e seguros às crianças que amamos e que deixaram a vida física.

Isso certamente as fará mais felizes e despreocupadas.

Torna-se necessário informar, antes de prosseguirmos, que asentidades que trabalham na Umbanda são espíritos que já cessaram o seu ciclo de encarnações, e isso inclui as crianças.

O fato de seapresentarem como crianças nas incorporações e na vidência nos mostra apenas que desencarnaram bem jovens da sua última vida física.

Reencarnarão somente se lhe forem solicitados os seus préstimos novamente no plano terreno, por necessidade própria ou de terceiros, a quem vêm ajudar em seu desenvolvimento e evolução espiritual.

É freqüente nos perguntarem se as crianças continuam seu crescimento na vida espiritual depois da morte física.

Alguns espíritas não alimentam dúvidas a esse respeito e aduzem numerosos exemplos de crianças que, anos depois de mortas, apareceram a seus pais tão mudadas que estes não as reconheceram.

Mas nós, sabendo que a almaque abandonou um corpo infantil e vai reencarnar, o faz dentro de um período relativamente curto, nos inclinamos mais a receber com incredulidade tais informações, por não concordarmos com elas.

Não devemos esquecer o fato de que qualquer entidade astral pode amoldarà sua vontade um veículo para si e aparecer a outrem como bem entender.

Disso resulta que as crianças mortas há tempo suficiente para se imaginarem o que desejariam ser quando crescidas, podem mostrar-se como tais em seu pensamento e assim crescer com grande rapidez.

Nestas condições, seu corpo astral apareceria segundo a sua concepção, e se fossem auxiliadas a materializá-lo, exibiriam o fenômeno do crescimento a seus admirados amigos.

No entanto, tal crescimento é apenas aparente e jamais corresponde ao crescimento natural do corpo físico.

Não há, portanto, dúvida de que o desejo de um menino de chegar a ser homem, determina o aparente crescimento deseu corpo nas materializações, anos depois de sua morte.

Devemos lembrar também que o corpo causal que reveste o espírito nas subdivisões superiores do plano mental, antes da sua reencarnação, é sem forma.

Portanto, a forma não é importante na entidade que já venceu o ciclo de reencarnações e a evolução espiritual das crianças nada tem a ver com o seu "crescimento" nos planos espirituais, pois esse crescimento só existe no nosso limitado mundo físico.

Criança evolui, mas não cresce.

Os Erês são a energia de sublimação de Pai Oxalá, o último estágio de evolução antes das Câmaras de centrifugação.

É errado achar que por se apresentarem como crianças essas entidades tenham menos força ou menos evolução que as demais.

É exatamente o contrário.

Esses espíritos são a própria alegria.

Gostam de tudo que uma criança gosta, bala, guaraná, doces, brincadeiras, mel, brinquedos.

Usamos a bala de coco nas obrigações por causa do alto teor de glicose que atua como uma bateria de força para o médium.

Os Erês tem sua correspondência nos reinos de Pai Oxalá:

» Cosme: força das águas salgadas
» Damião: força das águas doces
» Doum: força das matas
» Crispim: força do tempo
» Crispiniano: força do calor

Essas forças tem ação e reação:ENTIDADE /AÇÃO/ REAÇÃO

Cosme /Mariazinha da Praia /Zezinho da Praia Damião /Pedrinho /Joaninha Doum /Tapuia /TupiaçuzinhoCrispim /Luluzinha /Chiquinho da Gomeia Crispiniano /Aninha /Juquinha

Caboclos e suas Vibrações

 

Caboclo Rompe ferro.

Conta à lenda que o Caboclo Rompe ferro, foi um soldado na época da colonização portuguesa, ele era filho de branco com índio, que vendo o que o homem branco estava a fazer com seus irmãos índigenas, se rebelou, e passou a ajuda-los. Ele  ganhou esse nome, por gostar de usar uma espada, e com ela ele saia desbravando as matas, e fazendo caminho para a fugo dos índios.
Esse Caboclo, e muito requizitado para desmanchar trabalhos malignos, desobsessão, quebrar demanda, abrir caminhos, e ajuda quem estiver sendo perseguido, tanto pela á justiça, e inimigos.
As entregas para esse Caboclo deve se entregues sempre, em caminhos abertos em matas, e ele tem muito pouco médiuns. Portanto e um guia raro, e de poucas palavras, mais quando ele diz , e com uma firmeza surpreendente. Anda sempre com Ogum e Exu, gosta de bebida, charuto, não admite que seus cavalos andem errado, exigindo sempre um carater reto. Dizem que ele vem também com armadura, para lembrar quando ele era soldado, mais na linha de caboclo, ele vem sempre de vestimentas de índio, com seus rosto pintado, pinturas de guerra. Sua estatura e alta, ele tem um ombro largo, sua pele e de cor de cabaça, seus cabelos são longos, usa um bracelete de ferro, sua feição e séria.
Saravá Ogum!
Saravá Oxosse!
Saravá o Caboclo Rompe Ferro!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

sou como agua

Nenhuma barreira poderá represar-me e impedir que me torne um oceano.
Se barrarem minha passagem colocando grandes pedras no meu leito converter-me-ei em torrente, em cachoeira, e saltarei impetuoso.
Se me fecharem todas as saídas, eu me infiltrarei no subsolo.
Permanecerei oculto por algum tempo mas não tardarei a reaparecer.
Em breve estarei jorrando através de fontes cristalinas para saciar a sede dos transeuntes.
Se me impedirem também de penetrar no subsolo, eu me transformarei em vapor, formarei nuvens e cobrirei o céu.
E, chegando a hora, atrairei furacão, provocarei relâmpagos, desabarei torrencialmente, inundarei e romperei quaisquer diques e serei finalmente um grande oceano.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

BOIADEIROS

Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, “o caboclo
sertanejo”. São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. 

São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com o gado, em fazendas por todo o Brasil, estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos nas sessões de Umbanda. 
 Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para todos os fins. O Caboclo Boiadeiro traz o seu sangue quente do sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das grandes caminhadas sempre tocando seu berrante para guiar o seu gado.
 No Terreiro os Boiadeiros vêm “descendo em seus aparelhos” como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo as portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, assim como os Exus. Alguns usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas, e tem alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos.
 São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual.
 Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ”e no descarrego e no preparo dos médiuns.
   Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. “Gostar” para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele “filho”
  Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc… Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.